O sr. Francisco hoje veio com companhia. Mas quem é o sr. Francisco? – perguntarão os que não sabem que é um voluntário que partilha o seu tempo disponível ajudando na biblioteca do Centro Social e Paroquial de Nª. Sra. de Fátima na rua da Bandeira, nº. 691, ali mesmo ao pé do Centro Regional de Segurança Social. Todos os dias, este senhor que vive em Vila Nova de Anha, desloca-se a Viana do Castelo a expensas próprias, para ajudar nas tarefas da biblioteca, sempre bem disposto e pronto a colaborar.
Imaginem que o sr. Francisco resolveu inscrever-se num curso de informática para poder estar à altura de desempenhar determinadas tarefas, (catalogação, empréstimos, etc.) que utilizam o computador como ferramenta de trabalho. É de louvar em todos os sentidos a atitude deste senhor, pelo apego e entusiasmo que dedica ao trabalho na biblioteca e não só.
O sr. Francisco é viúvo. Custou-lhe a aceitar a partida da esposa, a quem amava muito. Depois de um luto complicado, ultrapassou essa fase e hoje vive com um filho, nora e netos, ajudando nas lides domésticas sem preconceitos e sem vergonha, colaborando na educação dos netos transportando-os à/e da escola. Foi e é um bom pai e um óptimo avô.
Eram cerca das três da tarde quando o sr. Francisco entrou pela biblioteca adentro com os três netos, a Sara, a Sofia e o Eduardo. Não sei explicar porquê mas algo me dizia que era hoje que o sr. Francisco trazia os netos de visita à biblioteca. Ainda em tempo de aulas já tinha manifestado a intenção de os trazer a Viana visitar a biblioteca, Santa Luzia e outros lugares.
Recebi-os com carinho, alegria e simpatia, como devem ser recebidos todos os visitantes. Não é todos os dias que a nossa jovem e pequenina biblioteca, em crescimento como estas crianças, recebe tão importantes visitas.
Importantes, porquê? – questionarão alguns.
São importantes na medida em que representam o futuro. Deles e da forma como crescerem depende o futuro da humanidade. É um chavão, dirão. Porém, o gesto deste avô atento e empenhado que procura com exemplos e atitudes singelas, mas reais, mostrar o caminho a seguir, é digno de registo.
Quantos gostariam de ter um avô como este? Nos dias de hoje este cenário vai rareando cada vez mais. Está por fazer a avaliação que a humanidade ganharia em qualidade e em quantidade se aproveitasse o grande valor que os avós possuem a todos os níveis. Pessoalmente estou convicto que só teríamos a ganhar com o saber acumulado e amadurecido ao longo dos anos e que se vai perdendo de geração em geração.
PARABÉNS SR. FRANCISCO!